As 48 horas que são o ápice da carreira política de Valdeci

Claudemir Pereira

As 48 horas que são o ápice da carreira política de Valdeci

Foto: Joaquim Moura (Divulgação)

É verdade que não acontecerá nenhuma revolução política. Nada como um militante, entre a fala brincalhona e aloprada, sugeriu, dias atrás: a “desprivatização” da Corsan. Não, isso não irá acontecer, nem algo sequer semelhante. Nada parecido, por exemplo, com o ocorrido quase duas décadas atrás, quando um presidente da Câmara assumiu, por alguns dias, o lugar do então prefeito, hoje deputado, e saiu tomando decisões “a la loca”, inclusive afastando CCs.

Nada disso. Também é verdade que se trata de um agrado, uma atitude simpática do Governador Ranolfo Vieira Júnior, que também repete o que havia acontecido, nos três anos anteriores, com o então titular (e retorna em janeiro), Eduardo Leite. E que significa nada além, o que não é pouco, de um símbolo do entendimento e da convivência civilizada entre contrários – algo tão em falta ultimamente por cá e alhures.

Tudo o que se escreveu acima é real e verdadeiro. Mas ainda assim, não há dúvida: trata-se do coroamento de uma carreira política que ainda demora para se encerrar. No caso, a do atual presidente da Assembleia Legislativa, o petista Valdeci Oliveira (na foto com o tucano Ranolfo, em atividade recente), que vira governador do Estado a partir deste domingo e até a próxima terça-feira.

Nesse interregno de dois dias haverá tempo, inclusive, ao ex-metalúrgico que virou, sucessivamente, líder sindical, vereador, deputado federal, prefeito e deputado estadual, pensar que isso, provavelmente, jamais havia passado pela cabeça daquele oriundo do interior da comuna. O sujeito que consolidou uma trajetória capaz de levá-lo, agora, ao comando provisório, eventual, mas real, do Palácio Piratini.

Diante disso, claro, soa protocolar – ainda que polida e adequada – a observação feita por Valdeci Oliveira, no material divulgado por sua assessoria de imprensa.

Disse o deputado, no texto oficial: “assumir a condução do Rio Grande na ausência do governador está entre as atribuições do presidente do Legislativo, mas também simboliza o respeito e a independência dos poderes e a grandeza que estes conferem à política gaúcha. Fico honrado e feliz, pois isso, num momento de polarização, demonstra que sempre haverá espaço para o diálogo e para o reconhecimento de que a democracia é e continua sendo o melhor caminho a ser trilhado por toda a sociedade”.

Givago a caminho da Presidência da Câmara

Arquivo Diário

Como a coluna antecipou há algumas semanas, se encaminha bem o desfecho da nova Mesa Diretora da Câmara, quem sabe até com ampliação do número de votos obtidos há um ano pelo atual grupo dirigente.

Dentro de 12 dias, a 22 de dezembro, serão conhecidos os dirigentes do Legislativo para 2023. E estão resolvidos os eventuais nós surgidos ao longo do caminho. Com tanto êxito que, se o pleito fosse hoje (o benefício da dúvida é algo prudente, quando se escreve em sucessão no legislativo bocadomontense), haveria acréscimo de votos aos atuais comandantes, na comparação com o pleito do ano passado.

Se na eleição anterior foram 11 votos a nove, agora, afora o retorno da então dissidente Marina Callegaro, as hostes contrárias se viram desfalcadas de pelo menos um soldado, o socialista Paulo Ricardo Pedroso. Com o que, a vitória dos situacionistas de hoje se daria com maior folga.

Ah, não se sabe ainda quais os demais cargos, nem como foi a divisão dos Cargos de Confiança disponíveis (afinal, há dois edis novos a serem aquinhoados), mas uma definição parece sem volta: o presidente indicado pelo grupo será o atual líder do governo, Givago Ribeiro, de 34 anos e em primeiro mandato. Se o “script” for seguido à risca, o grupo elegerá Manoel Badke (no União Brasil, a caminho do PL), presidente do Legislativo em 2024.

De resto, não custa conferir quem vota em quem, no pleito marcado para daqui duas quintas-feiras. O grupo dirigente atual, além dos já citados Givago, Badke, Marina e Paulo Ricardo, conta com os sufrágios dos petistas Valdir Oliveira e Helen Cabral (ou Ricardo Blattes, se retornar da licença médica que o afasta neste momento), os republicanos Alexandre Vargas e Getúlio de Vargas; os tucanos Admar Pozzobom e Juliano Soares, o emedebista Adelar Vargas, o comunista do B Werner Rempel e a pedetista Luci Duartes.

Os oposicionistas, que apresentarão chapa nem que seja para garantir vaga na Mesa, pela proporcionalidade, são os pepistas Anita Costa Beber, João Ricardo Vargas, Pablo Pacheco e Roberta Leitão, os emedebistas Rudys Rodrigues e Tubias Calil, o socialista Danclar Rossato, além de Tony Oliveira, do Podemos.

Pimenta, ministro? Sim, nunca foi tão possível

Foto: Divulgação

O deputado federal Paulo Pimenta faz parte de grupo restrito (ainda que não certamente pequeno) de políticos que nunca deixou Lula na mão. Ao contrário, sua solidariedade era inequívoca, desde os primórdios dos processos, passando pela prisão e posterior libertação do presidente de honra do petismo.

Isso, além de sua indiscutível capacidade de trabalho e de articulação política, inclusive para além do PT (e políticos adversários dele aqui mesmo em Santa Maria podem comprovar), é o que fez esta coluna afirmar, há exatas cinco semanas, noves fora o fato de o deputado ser a figura forte da cidade no governo central, a possibilidade dele virar ministro.

Fechado não está. Mas a possibilidade de Pimenta ser o responsável pela área de comunicações no próximo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva nunca esteve tão próxima. Ele está pronto para a função, se esta lhe for passada, apurou o colunista junto a militantes próximos ao parlamentar.

Luneta

SECRETÁRIOS…

Nos bastidores da política se cogita (mais que isso, se torce) sobre a possibilidade de nomes santa-marienses ocuparem cargos no primeiro escalão do próximo governo de Eduardo Leite. Conversando com militantes, é possível extrair algumas conclusões. A principal é que dificilmente a cidade será contemplada com postos no secretariado. No entanto, não se descarta algum cargo importante de segundo escalão.

…SANTA-MARIENSES

Dos partidos mais relevantes da aliança governista, o PSDB de Leite e o MDB de Gabriel Souza, há convicção entre os ouvidos pelo escriba: somente o deputado Roberto Fantinel tem alguma chance de virar secretário, entre os emedebistas. Quanto aos tucanos, o nome citado é o do prefeito Jorge Pozzobom. Este, porém, teria de renunciar ao cargo de prefeito, com todo o desgaste que isso significaria. Logo…

SEM TRAIÇÃO

Foto: Eduardo Ramos (Arquivo/Diário)

Tido como alinhado às ideias do Novo, tendo inclusive recebido (e retribuído) o apoio do deputado Giuseppe Riesgo, o edil Pablo Pacheco (foto), do Progressistas, garantiu ao colunista: entre suas ideias não está a troca de sigla. Ele vai cumprir o mandato e buscará um próximo pelo PP. Então, para os que esperam pela “janela da traição”, em março de 2024, melhor não contar com a adesão de Pacheco.

SILÊNCIO

Um dos principais nomes do PSB, sempre elevado às alturas pelo comando do partido, era o do prefeito de Itaara, Silvio Weber. A situação do prelado afastado do sacerdócio para ocupar a função pública e agora da própria, ao menos por seis meses, por conta de medida judicial pedida pelo Ministério Público, tem o condão de silenciar o partido na região – mesmo que a substituta no cargo seja também do PSB.

PARA FECHAR

Na periferia dos cargos de confiança estaduais, é grande a disputa pelas funções regionais. Há uma meia dúzia delas com relevância e espaço político. Sim, já há interessados em Coordenadorias de pastas importantes, com destaque para Educação e Saúde, mas não apenas delas. Há cargos relevantes nas pastas de Segurança Pública, Trabalho e Obras, para ficar apenas em três pastas. Pooois é.

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